PORQUE DEGUSTAR VINHOS DE PORTUGAL?

No mundo dos vinhos nenhum outro país produtor apresenta tanta diversidade de produtos como Portugal. Com mais de 200 uvas exclusivas, que fizeram seu habitat natural nas terras lusas, à diversidade apresentada pelo vinho português é bastante larga e altamente qualitativa.

Há hoje uma universalização do gosto, geralmente com cepas cultivadas em todos os Continentes onde se destacam os varietais de origem francês, fato que provoca, mesmo com as adversidades de solos e climas, certa padronização do gosto.

Em Portugal tal fato não ocorre. Embora tendo um território pequeno que não chega a 800 km de extensão por 220 de largura, nessa parte da Península Ibérica um volume representativo de Regiões com características morfológicas e físicas diferentemente abundantes dão origem a vinhos de diversos estilos que conseguem agradar um publico de A a Z.

Os vinhos jovens e frescos vem do Minho, uma Região de hidrografia abundante onde cepas brancas como Alvarinho, Trajadura e Loureiro reinam com seus vinhos aromáticos, de excelente acidez e que podem tanto ser para uma pré- festa como para acompanhar os pescados em geral. Ao lado desta Região esta Trás os Montes, onde os vinhos ricos em cor e aroma, ligeiramente encorpados são companheiros dos enchidos e carnes em geral. No Douro, emblemática Região esculpida pelo Homem nasce o Vinho do Porto, que nada mais é do que “a alma portuguesa na sua forma líquida” e os vinhos Maduros, tão largamente festejados e desejados pelo mundo do vinho nestes últimos 30 anos. Aqui as cepas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Souzão e tantas outras dão a nota. Logo abaixo no Dão reinam os vinhos maduros brancos e tintos elegantes com muito corpo e alma oriunda das castas Touriga Nacional, Jaen e Alfrocheiro Preto nos vinhos tintos e nos vinhos brancos a uva Encruzado.

A região da Bairrada produz vinhos elegantes com muita personalidade obtidos pelas uvas Maria Gomes e Baga e um inigualável Espumante Tinto!

As regiões do Tejo, Lisboa e Beira Interior utilizam com mais intensidade uvas ícones das demais Regiões, fazendo excelentes cortes e obtendo vinhos únicos, fáceis de beber e de harmonizar com a tradicional cozinha lusitana.

Na Região da Península de Setúbal os diversos clones da uva Moscatel fazem a festa, o Moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo são campeões em suas categorias onde aromas delicados a mel e damascos e um retrogosto doce agradável dão vida a esses vinhos. A uva tinta Castelão é muito utilizada na região e até hoje da origem a mais antiga marca de vinho tinto português.

No Alentejo, tradicional celeiro de Portugal, nos últimos 40 anos o mundo pode desfrutar de vinhos que agradam a todos os apreciadores de bons e honestos vinhos. As cepas Aragones e Tricadeira, juntamente com a Castelão dão origem a vinhos requintados nos aromas e paladar.

Fora do Portugal Continental temos os vinhos da Madeira e dos Açores, estes mais exclusivos ainda, pois tem personalidade própria e um conjunto de castas que se adaptaram bem ao clima oceânico e dão origem a vinhos doces e secos de grande longevidade. As cepas Bual, Verdelho Malvasia, Sercial e Negra Mole habitam a Madeira e as castas Verdelho, Arinto e Terrantez fazem nascerem os vinhos Açorianos.

Há ainda um cem numero de castas não citadas aqui que são utilizadas para cortes de vinhos específicos e que dão origem á uma gama de vinhos única nesse delicioso mundo do vinho.

Por isso, degustar um vinho de Portugal é deixar de ser comum e partir para o exclusivo, pois com tantas opções de cores, aromas e sabores fica difícil não se apaixonar por um vinho português!

Carlos Cabral